ENQUADRAMENTO E FUNDAMENTAÇÃO DO PROJECTO

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Dinâmica para 2011-12

Ler é preciso! pretende, este ano, dar a conhecer mais um escritor português da atualidade, e contará com três momentos:

1º - À descoberta do escritor – vida e obra.

 2º- Uma obra de Manuel António Pina do pré-escolar ao Secundário.

 A obra escolhida é Histórias que me contaste tu, de Manuel António Pina, com ilustrações de António Botelho.

 Sinopse
O Escaravelho contador de histórias, personagem deliciosa do imaginário de Manuel António Pina, volta a aparecer, não se sabe bem de onde (como sempre), para deixar mais uma mão cheia de contos envoltos num denso nevoeiro onde se confundem as personagens, a ordem cronológica e até as palavras. O escaravelho é, afinal, o “tu” que nos conta as histórias mais fantásticas, que aparece quando menos o esperamos, nos faz uma companhia tão boa ao contar-nos histórias que não imaginávamos possível serem histórias, e no fim se vai embora muito apressado, não nos dizendo sequer o seu nome. Guardamos a memória dele e das suas histórias, que mais tarde contaremos a alguém, para quem nos tornamos o “tu” contador de histórias...
in http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=5857

 Não é difícil perceber os motivos pelos quais a escrita de Manuel António Pina – de preferencial receção infantil, poética, ensaística ou, até mesmo, jornalística – se singulariza. Na verdade, ao contrário do que afirmou um dia, Manuel António Pina faz literatura para crianças – e não só – e gosta de literatura e de crianças, o que acaba por se refletir, com originalidade, muita criatividade e um humor invulgares, naquilo que, há mais de trinta anos, parece dedicar aos mais novos. A dimensão lúdica que dela transparece, profundamente inovadora, testemunha, muitas vezes, um percurso de construção textual alicerçado no tópico do mundo às avessas e/ou do desconcerto do mundo, bem como noutras estratégias de promoção do riso, como o nonsense, o absurdo, a ironia ou o uso inventivo da Língua Portuguesa, e numa lógica sempre surpreendente que é a do jogo de contraditórios.
[Serviço de Orientação de Leitura – Casa da Leitura]

 Esta é uma obra que foi já adaptada para o teatro pela Companhia do Chapitô em 2003, e, no mesmo ano, pelos membros do Projecto-de-Papel, mas com o título de Histórias que tu me contaste que te conto eu. A obra divide-se em duas grandes partes: “Histórias com os olhos fechados” e as “Histórias do Escaravelho Contador de Histórias”, que incluem nove contos, todos eles com títulos sugestivos e desconstrutores, como é o caso de “A extraordinária história em que não acontecia nada”, “Uma história que começa pelo fim”, “A história que se conta com a boca fechada”, entre outras; e “Histórias com os olhos fechados”. (…) A observação da capa e da contra-capa desta obra indicia, desde logo o seu carácter ambivalente, sendo possível aos dois grupos de leitores-modelo diferentes, os adultos e as crianças, percecioná- -las de forma diferenciada, de acordo com as regras do sistema a que estão acostumados. Na capa pode ver-se um desenho em tons escuros onde se observa um menino não muito feliz, junto de um escaravelho. Por outro lado, na contra-capa há uma menina com uma expressão bem mais alegre, novamente junto de um escaravelho, mas sentada em frente de uma máquina de escrever como que espelhando o processo de escrita que toda a obra apresenta. Note-se, também, que na capa o título é grafado com a mesma cor do corpo do escaravelho, procurando estabelecer, desde logo, uma ligação entre o contador e as histórias contadas. Aliás, o narrador principal da obra em questão assume-se, ele próprio, como um contador de histórias que a ele lhe foram contadas por um outro contador, um escaravelho, refletindo o processo de passagem por via oral das histórias tradicionais. Esta obra perspetiva-se, logo desde início, como uma obra interativa, viva, que pretende estabelecer uma troca com o seu leitor, à semelhança daquilo que é feito por um contador de histórias. (…) Embora escrita numa linguagem simples e de compreensão relativamente fácil, esta é uma obra repleta de hibrismo e de conotações ocultas que demandam do leitor uma leitura nas entrelinhas que consequentemente vai permitir um enriquecimento das suas competências interpretativas e do seu intertexto leitor, engrandecendo, desta feita, leituras futuras.
[Rita Alexandra Vieira Simões - http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8199]

 Num primeiro momento, continuar-se-á, como no ano transato, a favorecer o trabalho de descoberta do escritor. Numa época em que a informação está cada vez mais disponível é necessário que se enfatize a importância das Bibliotecas Escolares, não só no acesso, mas no tratamento da informação. Nestas circunstâncias, espera-se que sejam utilizados todos os seus recursos. Entretanto e para apoiar o trabalho neste primeiro momento, disponibiliza-se algum material de apoio que se anexa a este documento. O segundo momento será o de trabalho direto com a obra escolhida. Entende-se que «a leitura literária em sala de aula, qualquer que seja o nível de ensino, será uma orquestração polifónica em que vozes várias produzirão sentidos num ambiente de respeito mútuo pelo saber do outro, num processo complexo de re – conhecimento» .

Num segundo momento, a obra será abordada de acordo com as diversas faixas etárias, com as características e interesses dos alunos. Este é um trabalho da responsabilidade de cada titular de turma, de cada docente ou grupo de docentes, podendo ser trabalhados um ou mais contos.